quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

sereia

Sereia (do grego antigo: Σειρῆνας) é um ser mitológico, parte mulher e parte peixe (ou pássaro, segundo vários escritores e poetas antigos). É provável que o mito tenha tido origem em relatos da existência de animais com características próximas daquela que, mais tarde foram classificados como sirénios. Filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, tal como as harpias, habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália. Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisséia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade. Na Grécia Antiga, porém, os seres que atacaram Odisseu eram na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Se assemelham às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única. Algumas das sereias citadas na literatura clássica são: Pisinoe (Controladora de Mentes), Thelxiepia (Cantora que Enfeitiça), Ligeia (Doce Sonoridade), Aglaope, Leucosia, Parténope. Segundo a lenda, o único jeito de derrotar uma sereia ao cantar seria cantar melhor do que ela. Em 1917, Franz Kafka escreveu o seguinte no conto O silêncio das sereias: As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.

pégaso

Pégaso (em grego: Πήγασος) é um cavalo alado símbolo da imortalidade. Sua figura é originária da mitologia grega, presente no mito de Perseu e Medusa. Pégaso nasceu do sangue de Medusa quando esta foi decapitada por Perseu. Medusa estava grávida de Posseidon naquela época. Havendo feito brotar com uma patada a fonte Hipocrene, tornou-se o símbolo da inspiração poética. Belerofonte matou a poderosa Quimera, montando Pégaso após domá-lo com ajuda de Atena e da rédea de ouro, que em seguida tentou usá-lo para chegar ao Olimpo. Mas Zeus fez com que ele derrubasse seu cavaleiro fazendo uma vespa o picar, e Belerofonte morreu devido à grande altura. Zeus o recompensou transformando-o na constelação de pégasus, de onde deveria dali em diante ficar à serviço do deus dos deuses. Outra história diz que quando Zeus mandou a vespa e Belerofonte caiu, Atena ordenou que o chão ficasse macio, assim ele não morreu pela queda e sim como um mendingo aleijado procurando Pégaso.

minotauro

Nascimento e aparência O "Deus com Chifres" de Enkomi, Chipre. Após assumir o trono de Creta, Minos passou a combater seus irmãos pelo direito de governar a ilha. Rogou então ao deus do mar, Poseídon que lhe enviasse um touro branco como a neve, como um sinal de aprovação ao seu reinado. Uma vez com o touro, Minos deveria sacrificar o touro em homenagem ao deus, porém decidiu mantê-lo devido a sua imensa beleza. Como forma de punir Minos, a deusa Afrodite fez com que Pasífae, mulher de Minos, se apaixonasse perdidamente pelo touro vindo do mar o Touro Cretense.[7] Pasífae pediu então ao arquetípico artesão Dédalo que lhe construísse uma vaca de madeira na qual ela pudesse se esconder no interior, de modo a copular com o touro branco. O filho deste cruzamento foi o monstruoso Minotauro. Parsífae cuidou dele durante sua infância, porém eventualmente ele cresceu e se tornou feroz; sendo fruto de uma união não-natural, entre homem e animal selvagem, ele não tinha qualquer fonte natural de alimento, e precisava devorar homens para sobreviver. Minos, após aconselhar-se com o oráculo em Delfos, pediu a Dédalo que lhe construísse um gigantesco labirinto para abrigar a criatura, localizado próximo ao palácio do próprio Minos, em Cnossos. Em nenhum lugar a essência do mito foi expressa de maneira mais sucinta que nas Heróidas, atribuídas a Ovídio, em que a filha de Pasífae reclama da maldição de seu amor não-correspondido: "Zeus amou Europa, como um touro, escondendo sua cabeça divina - ela deu origem ao nosso povo. Um fardo e uma punição nasceram do útero de minha mãe, Pasífae, montada por touro que ela enganou."[8] Leituras mais literais e prurientes, que enfatizam o mecanismo envolvendo a cópula em si podem, talvez de maneira intencional, obscurescer o casamento místico do deus na forma de touro, um mythos minóica que era estranho aos gregos.[9] O Minotauro costuma ser representado na arte clássica com o corpo de um homem, e a cabeça e rabo de um touro. Uma das formas assumidas pelo deus rio Aqueloo ao cortejar Dejanira é a de um homem com uma cabeça de touro, de acordo com a peça teatral Traquínias, de Sófocles. Dos períodos clássicos até o Renascimento, o Minotauro aparece como tema de diversas descrições do Labirinto.[10] O relato do autor romano Ovídio sobre o Minotauro, em latim, que não elabora sobre qual metade da criatura era touro e qual era homem, foi a mais difundida durante a Idade Média, e diversas ilustrações feitas no período e depois mostram o Minotauro com uma configuração inversa em relação à sua aparência clássica: uma cabeça e torso de homem sobre um corpo de um touro, semelhante a um centauro.[11] Esta tradição alternativa durou até o Renascimento, e ainda figura em versões modernas do mito, como as ilustrações de Steele Savage feitas para Mythology, de Edith Hamilton (1942). [editar]Tributo e Teseu Rhyton com a forma de uma cabeça de touro, no pavilhão grego da Expo '88. Androgeu, filho de Minos, foi morto pelos atenienses, invejosos das vitórias obtidas por ele nos Jogos Panatenaicos. Já outra versão do mito afirma que Androgeu teria morrido em Maratona, atacado pelo Touro Cretense, o ex-amante taurino de sua mãe, que Egeu, rei de Atenas, tinha ordenado que ele matasse. A tradição mais comum conta que Minos teria então declarado guerra a Atenas para vingar a morte de seu filho, e saiu vitorioso do confronto. Catulo, em seu relato do nascimento do Minotauro,[12] se refere a outra versão do mito, na qual Atenas teria sido "obrigada pela praga cruel a pagar compensação pela morte de Androgeu." Egeu deve então evitar a praga causada por seu crime enviando "jovens rapazes, bem como as melhores garotas solteiras, para um banquete" do Minotauro. Minos exigia que pelo menos sete rapazes e sete donzelas atenienses, escolhidos através de sorteio, lhe fossem enviados a cada nove anos (ou, segundo alguns relatos, anualmente[13]) para ser devorado pelo Minotauro. Quando se aproximava a data do envio do terceiro sacrifício o jovem príncipe Teseu se ofereceu para assassinar o monstro, prometendo a seu pai, Egeu, que ordenaria que o navio que o trouxesse de volta para casa erguesse velas brancas, caso ele tivesse sido bem-sucedido na empreitada, ou velas negras, caso ele tivesse morrido. Em Creta, Ariadne, filha de Minos, se apaixona por Teseu e o ajuda a se deslocar pelo labirinto, que tinha um único caminho que levava até seu centro. Na maior parte dos relatos Ariadne dá a ele um novelo, que ele utiliza para marcar seu caminho de modo que ele possa retornar por ele. Teseu então mata o Minotauro com a espada de Egeu, e lidera os outros atenienses para fora do labirinto. Na viagem de volta, no entanto, ele se esquece de erguer as velas brancas e seu pai, ao ver o navio e imaginar que Teseu estava morto, se suicida, arremessando-se no mar que desde então leva seu nome.[14] Pasífae e o Minotauro, kylix ático em figura vermelha descoberto na Vulci etrusca (Cabinet des Médailles, Paris). [editar]Etruscos A visão essencialmente ateniense do Minotauro como antagonista de Teseu reflete as fontes literárias, que são parciais às perspectivas atenienses. Os etruscos, que consideravam Ariadne companheira de Dioniso, e não de Teseu, apresentavam um ponto de vista diferente do Minotauro, nunca visto na arte grega: numa taça de vinho etrusca feita em figura vermelha da primeira metade do século IV a.C., Pasífae apoia de maneira terna o Minotauro criança em seu colo.[15] [editar]Interpretações Teseu combatendo o Minotauro, de Jean-Étienne Ramey, mármore, 1826, Jardins das Tulherias, Paris. A luta entre Teseu e o Minotauro foi representada com frequência na arte grega. Um didracma de Cnossos exibe num lado o labirinto, e no outro o Minotauro cercado por um semicírculo de pequenas bolas, provavelmente representando estrelas; um dos nomes do monstro era Astérion, "estrela" em grego antigo. As ruínas do palácio de Minos, em Cnossos, foram descobertas, porém nenhum labirinto foi encontrado ali. O número enorme de aposentos, escadas e corredores do palácio fez com que alguns arqueólogos sugerissem que o próprio palácio teria sido a fonte do mito do labirinto, uma ideia que geralmente é desacreditada nos dias de hoje.[16] Homero, descrevendo o escudo de Aquiles, comentou que o labirinto seria um recinto para as danças cerimoniais de Ariadne. Alguns mitólogos modernos vêem o Minotauro como uma personificação solar, uma adaptação minoica do Baal-Moloch dos fenícios. A morte do Minotauro por Teseu, neste caso, indicaria o rompimento das relações tributárias de Atenas com a Creta minoica. O Minotauro no Labirinto, gravura em pedra preciosa do século XVI na Coleção Medici do Palácio Strozzi, em Florença[17] De acordo com o estudioso britânico A. B. Cook, Minos e o Minotauro são apenas duas formas diferentes do mesmo personagem, que representa o deus-sol dos cretenses, que retratavam o sol na forma de um touro. Tanto Cook quanto o antropólogo escocês J. G. Frazer explicaram a união de Pasífae com um touro como uma cerimônia sagrada, na qual a rainha de Cnossos se casava com um deus em forma de touro, da mesma maneira que a esposa do Tirano em Atenas havia se casado com Dioniso. O arqueólogo francês Edmond Pottier, que não discute a existência histórica de Minos, a partir da história de Fálaris, considera provável que em Creta (onde pode ter existido um culto aos touros, juntamente com o do labrys) uma forma de tortura era trancar as vítimas dentro da barriga de um touro de bronze incandescente. A história de Talo, o homem de bronze cretense, que se deixava em braza e abraçava os estrangeiros assim que eles pisavam na ilha, provavelmente teria origem semelhante. Uma explicação histórica do mito se refere ao período em que Creta era a principal potência política e cultural do mar Egeu. À medida que a cidade de Atenas (e provavelmente outras cidades gregas continentais) pagavam tributo a Creta, pode-se assumir que este tributo incluía jovens de ambos os sexos, destinados ao sacrifício ritual. A cerimônia era executada por um sacerdote que utilizava uma máscara ou cabeça de touro, o que explicaria então o imaginário relacionado ao Minotauro. Este sacerdote também poderia ser filho de Minos. Com a Grécia continental livre do domínio cretense, o mito do Minotauro teve como papel distanciar a incipiente consciência religiosa das poleis helenas das crenças minoicas.

manticora

Manticora é uma criatura mitológica, semelhante às quimeras, com cabeça de homem - por vezes com chifres, três afiadas fileiras de dentes de ferro e com voz trovejante - e corpo de leão (geralmente, com pêlo ruivo) e cauda de escorpião ou de dragão com a qual pode disparar espinhos venenosos. Em algumas descrições, aparece com asas, variando as descrições, no que diz respeito às suas dimensões: desde o tamanho de leão até ao de cavalo. Originária da mitologia persa, onde era apresentada como um monstro antropófago, o termo que a identifica tem também origem na língua persa: de martiya (homem) e khvar (comer). A palavra foi depois usada pelos gregos, na forma Mantikhoras, que deu origem ao latim Mantichora. A figura passou a ser referida na Europa através dos relatos de Ctésias, de Cnidos, um médico grego da corte do Rei Artaxerxes II, no século IV a.C., nas suas notas sobre a Índia ("Indika"). Esta obra, muito utilizada pelos escritores gregos de História Natural não sobreviveu até à actualidade. Plínio, o Velho incluiu-a na sua História Natural. Mais tarde, o escritor grego Flávio Filóstrato mencionou-a na sua obra Vida de Apolônio de Tiana (livro III, capitulo XLV). Até hoje, muitas histórias de pessoas desaparecidas na Índia são ligadas as Manticoras, mas que hoje sabemos que, na verdade, os responsáveis pelos desaparecimentos eram os tigres.

esfinge

Esfinge egípcia A esfinge egípcia é uma antiga criatura mística usualmente tida como um leão estendido — animal com associações solares sacras — com uma cabeça humana, usualmente a de um faraó. Também usada para demonstração de poder, assim como as pirâmides no Egito. Avenida de Criosfinges em Karnak em Luxor Vistas como guardiãs na estatuária egípcia, esfinges são descritas em uma destas duas formas: Androsfinge (Sphinco Andro)- corpo de leão com cabeça de pessoa; Hierocosfinge (Sphinco Oedipus Rex)- corpo de leão com cabeça de falcão. A maior e mais famosa é Sesheps, a esfinge de Gizé, sita no planalto de Gizé no banco oeste do rio Nilo, feito em dois ao leste, com um pequeno templo entre suas patas. O rosto daquela esfinge é considerada como a cabeça do faraó Quéfren ou possivelmente a de seu irmão, o faraó Djedefré, que dataria sua construção da quarta dinastia (2723 a.C.–2563 a.C.). Contudo, há algumas teorias alternativas que redatam a esfinge ao pré-antigo império – e, de acordo com uma hipótese, a tempos pré-históricos. Outras esfinges egípcias famosas incluem a esfinge de alabastro de Mênfis, hoje localizada dentro do museu ao ar livre naquele local; e as esfinges com cabeça de ovelha (em grego, criosfinges) representando o deus Amon, em Tebas, de que havia originalmente algumas novecentas. Que nome ou nomes os construtores deram às estátuas é desconhecido. A inscrição em uma estela na esfinge de Gizé a data de mil anos após a esfinge ser esculpida,[1] dá três nomes do sol: Kheperi - Re - Atum. O nome arábico da esfinge de Gizé, Abu al-Hôl, traduz como Pai do Terror. O nome grego esfinge foi aplicado a ela na antigüidade. Mas ela tem a cabeça de um homem, não de uma mulher. Museu do Templo de Apolo, Delfos [editar]Esfinge grega Ver artigo principal: Esfinge (mitologia grega) Havia uma única esfinge na mitologia grega, um demônio exclusivo de destruição e má sorte, de acordo com Hesíodo uma filha da Quimera e de Ortro[2][Nota 1] ou, de acordo com outros, de Tifão e de Equidna [3][4] — todas destas figuras ctônicas. Ela era representada em pintura de vaso e baixos-relevos mais freqüentemente assentada ereta de preferência do que estendida, como um leão alado com uma cabeça de mulher; ou ela foi uma mulher com as patas, garras e peitos de um leão, uma cauda de serpente e asas de águia. Hera ou Ares mandaram a esfinge de sua casa na Etiópia (os gregos lembraram a origem estrangeira da esfinge) para Tebas e, em Édipo Rei de Sófocles, pergunta a todos que passam o quebra-cabeça mais famoso da história, conhecido como o enigma da esfinge, decifra-me ou devoro-te: Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três? Ela estrangulava qualquer inábil a responder, dai a origem do nome esfinge, que deriva do grego sphingo, querendo dizer estrangular. Édipo resolveu o quebra-cabeça: O homem — engatinha como bebê, anda sobre dois pés na idade adulta, e usa um arrimo (bengala) quando é ancião. Furiosa com tal resposta, a esfinge teria cometido suicídio, atirando-se de um precipício. Versão alternativa diz que ela devorou-se. O quebra-cabeça exato perguntado pela esfinge não foi especificado por vários contadores da história e não foi estandartizado como o dado sobre até muito mais tarde na história grega.[5] Assim Édipo pode ser reconhecido como um limiar ou figura de solado de porta, ajudando efeito a transição entre as velhas práticas religiosas, representadas pela esfinge, e novas, unidade olímpica. [editar]Criaturas similares Antigas esfinges de 3000 anos foram importadas do Egito para embelezar espaços públicos em São Petersburgo e outras capitais européias Nem todos os animais com cabeça humana da antigüidade são esfinges. Na antiga Assíria, por exemplo, baixos-relevos de touros com as cabeças de reis barbados guardavam as entradas de templos. Na mitologia olímpica clássica da Grécia, todos os deuses tinham forma humana, embora elas assumissem suas naturezas animais bem como. Todas as criaturas do mito grego que combinam forma humana e animal são sobreviventes da religião pré-olímpica: centauros, Tifão, Medusa, Lâmia. Na tradição hindu, un dos avatares de Vixnu era a Narasimha, que significa homem-leão. O avatar tinha um corpo humano e a cabeça de um leão. [editar]Esfinge maneirista A revivida esfinge maneirista do século XVI é às vezes tida como a esfinge francesa. Sua cabeça é ereta e ela tem o lindo busto de uma jovem mulher. Freqüentemente ela usa brincos e pérolas. Seu corpo é naturalisticamente feito como um leão estendido. Tais esfinges foram revividas quando as grotescas decorações da descoberta Casa Dourada (Domus Aurea) de Nero foi levada à luz na Roma do recente século XV, e ela foi incorporada dentro do vocabulário clássico de desenhos de arabesco que foi difundido por toda Europa em gravuras durante os séculos XVI e XVII. Suas primeiras aparições na arte francesa estão na escola de Fontainebleau nas décadas de 1520 e de 1530; suas últimas aparições estão no estilo barroco da regência francesa (1715–1723). [editar]Século XIX e simbolismo As esfinges eram um tema frequente no rococó, mas tenderam a desaparecer do repertório artístico europeu - até reviver no século XIX com o advento do romantismo, e depois no simbolismo. Muitas destas esfinges aludiam à esfinge grega do mito de Édipo, mais de que à egípcia. A carícia: versão simbolista de uma esfinge, por Fernand Khnopff. [editar]Esfinges em Animes, Jogos e Ficção Científica Esfinges frequentemente aparecem na literatura de fantasia e jogos RPG como corridas ou espécies de criaturas monstruosas com a cabeça de uma pessoa e o corpo de um leão, usualmente também com um par de asas ou os quartos traseiros de um touro. No filme História Sem Fim aparecem com um papel semelhante ao da história de Édipo Rei, protegendo um caminho. Duas esfinges de pedra pulverizam com raios de seus olhos aqueles que não tem coragem e hesitam em seu objetivo. No Anime Cavaleiros do Zodíaco, existe um espectro de Hades com a surplice de Esfinge, seu nome é Faraó e ele tem uma Harpa e uma Balança onde pesa o coração dos oponentes, e se for mais pesado que a pluma de Maát, sua alma e seu corpo começam a ser queimados.

basilisco

O Basilisco citado no livro "Devoradores de Mortos". Considerado o relato mais antigo da Cultura Viking O Livro "Devoradores de Mortos" escrito por Michael Crichton, retrata a cultura e o quotidiano dos Vikings em 922 DC. Os relatos escritos neste livro, pertencem aos manuscritos de Ibn Fadlan, que conviveu com estes povos durante esse período. Considerado até hoje o registro mais antigo de uma testemunha ocular da vida e da sociedade Viking daquela época. Em um trecho do livro, o nome Basilisco é citado, dando a enteder que seria melhor evitar um confronto direto. Pois assim como acontece na mitologia se você estocar uma espada no basilisco, o veneno percorrerá a espada até alcançar o braço de quem o ataca, tendo que amputá-lo imediatamente para manter seu corpo vivo. A melhor opção seria se aproximar da criatura utilizando um espelho como escudo, pois o melhor meio de espanta-lo é utilizar seu próprio reflexo, caso ele se deparasse com sua imagem refletida poderia ser morto pelo seu próprio olhar. Diálogo encontrado nos manuscritos: "Conto-lhe tudo isto para que diga aos outros que tenham cuidado, pois é um assunto adequado para um basilisco." [editar]O basilisco em Harry Potter O segundo livro da série Harry Potter da autora J. K. Rowling possui um basilisco. Nele, o monstro teme o canto dos galos e é temido principalmente pelas aranhas. O livro da mesma autora Animais Fantásticos e Onde Habitam afirma que foi o ofidioglota Herpo, o Sujo quem primeiro descobriu que um ovo de galinha chocado por uma rã origina um basilisco. Diz-se que o basilisco de Herpo viveu quase novecentos anos. No ultimo livro da serie , descobre-se que o veneno de basilisco é uma das ferramentas capazes de destruir uma horcrux. [editar]O basilisco em Os Cavaleiros do Zodiaco Na série japonesa Os Cavaleiros do Zodiaco há um espéctro de Hades chamado Sylphid de Basilisco[2], só que ao contrario da forma tradicional, o Basilisco no anime é retratado como uma ave, já que possui um golpe chamado Vôo do Extermínio, já que no anime figura de serpente não se faz presente. [editar]O Basilisco na Bíblia Na Biblía Sagrada é citado o seguinte: Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandesce no copo, e se escoa suavemente. No fim seu fim morderá como a cobra, e como o Basilisco picará. Provérbios 23:31-32. [editar]O basilisco hoje Usam o nome basilisco para um estranho lagarto tropical, membro da família das iguanas, que pode ser encontrado nas florestas úmidas da América Central e do Sul. O que há de curioso nele é que pode correr sobre a água por curtas distâncias (razão pela qual também é conhecido com lagarto-jesus), com as pernas dianteiras erguidas e o corpo quase ereto. Alimenta-se de insetos, aranhas e outros animais pequenos e é um exímio nadador e um escalador excelente. Evidentemente não possui nenhum poder mágico, como o basilisco mitológico.

hipogrifos...

Origens e características A razão para sua grande raridade é que grifos desprezam cavalos, os quais consideram com os mesmos sentimentos que um cão tem sobre um gato. Tem sido sugerido que essa idéia era tão forte nos tempos medievais que produziu um ditado, to mate griffins with horses ("acasalar grifos com cavalos"), o que significa mais ou menos o mesmo que o dito contemporâneo "quando as galinhas tiverem dentes". Em conseqüência, o hipogrifo era considerado um símbolo da impossibilidade e do amor. Isto foi supostamente inspirado por trechos dos Ecólogos de Virgílio, tais como acasalar Grifos com éguas e nas eras vindouras, tímidos cervos e mastins juntos virão beber..., os quais também seriam a origem do reputado dito medieval, se de fato houver alguma. O hipogrifo parecia ser mais fácil de domar do que o grifo. Nas poucas lendas medievais onde é caracterizada esta criatura fantástica, ela é geralmente um animal de estimação de um cavaleiro ou de um feiticeiro. Constituía-se num excelente corcel de batalha, capaz de atingir a velocidade do raio. Do hipogrifo é dito ainda ser onívoro, comendo tanto plantas quanto carne. [editar]Hipogrifos na arte e na cultura popular Entre outros lugares, os hipogrifos são caracterizados: Nos temas de combate entre animais nos ornamentos de ouro dos Citas podem ser vistos grifos atacando cavalos. Em Agesilan de Colchos, uma continuação de 'Amadis de Gaula, publicada em 1530. No O Verme Ouroboros, de Eric Rucker Eddison, 1922. Em muitos RPGs. No cenário de campanha Eberron de Dungeons & Dragons, o hipogrifo é a besta heráldica da Casa Vadalis. Em vários livros da série Xanth de Piers Anthony, particularmente Xap Hippogriff. No vídeo game Demon's Crest do Super Nintendo, onde há um miniboss alado descrito como um hipogrifo. Na série de jogos para PC Warcraft, como uma unidade de combate voadora dos Night Elves em Warcraft III, e como transporte de jogadores em World of Warcraft. Em vários livros da série Harry Potter, bem como no filme Harry Potter e o Prisoneiro de Azkaban, onde foram incluídos hipogrifos como Buckbeak ou Bicuço, propriedade de Hagrid e amigo de Harry. No filme Harry Potter e o Cálice de Fogo, Jarvis Cocker canta uma canção intitulada You can dance like a Hippogriff. No vídeo game Castlevania: Symphony of the Night para o PlayStation da Sony, os hipogrifos surgem como inimigos. Como o Monstro do Lago George, um hoax; supostamente, a criatura seria um hipogrifo. No Warhammer Fantasy Battles, o hipogrifo é uma montaria monstruosa, disponível para o exército de Bretonnia. No jogo Castlevania: Symphony of the Night, da empresa Konami, o chefe da área da Capela Real é um Hipogrifo gigante (no caso, com cabeça de águia, corpo de leão e traseira de cavalo). O hipogrifo também figura, raramente, em representações na heráldica.

os lendarios grifos e suas lendas

rifo é uma criatura lendária com cabeça e asas de águia e corpo de leão. Fazia seu ninho perto de tesouros e punha ovos de ouro sobre ninhos também de ouro. Outros ovos são frequentemente descritos como sendo de ágata. A figura do grifo aparentemente surgiu no Oriente Médio onde babilônios, assírios e persas representaram a criatura em pinturas e esculturas. Voltaire incluiu na sua novela, A Princesa da Babilónia, dois enormes grifos amigos de uma fénix, que transportaram a princesa na sua viagem. Na Grécia acreditava-se que viviam perto dos hiperbóreos e pertenciam a Zeus. Filóstrato, escritor grego, referiu, na Vida de Apolônio de Tiana (livro VI. I), que os grifos da Índia eram guardiões do ouro. John Milton, no Livro II do Paraíso Perdido escreveu sobre os Arimaspos que se tentavam apoderar do ouro dos grifos. Também foi referido na poesia persa de Rumi. Na Idade Média Sir John Mandville escreveu sobre estes animais fabulosos no capítulo XXIX do seu célebre livro de viagens. Em tempos mais recentes, sua imagem passou a figurar em brasões pois aparentemente possui muitas virtudes e nenhum vício. Os grifos são inimigos mortais dos basiliscos. Como diversos animais fantásticos, incluindo centauros, sereias, fênix, entre outros, o Grifo simboliza um signo zodiacal, devido ao senso de justiça apurado, o fato de valorizar as artes e a inteligência, e o fato de dominar os céus e o ar, simboliza o signo de libra, a chamada balança. Os grifos podem cruzar com éguas. Desse cruzamento damos o nome de hipogrifo, mas tais cruzamentos são, de forma, raros. Também são retratados em moedas, por exemplo, na lira italiana tem, entre outros desenhos, o de um grifo. Os grifos são possíveis confusões de fósseis de Protoceratops, dinossauros ceratopsídeos que viviam na Mongólia.

centauros e suas lendas

Na mitologia grega, os centauros (em grego Κένταυρος Kentauros, "matador de touros", plural Κένταυρι Kentauri; em latim Centaurus/Centauri) são uma raça de seres com o torso e cabeça humanos e o corpo de cavalo. Viviam nas montanhas de Tessália e repartiam-se em duas famílias: Os filhos de Íxion e Nefele, que simbolizavam a força bruta, insensata e cega. Viviam originalmente nas montanhas da Tessália e alimentavam-se de carne crua. Alternativamente, consideravam-se filhos de Kentauros (o filho de Íxion e Nefele) e algumas éguas magnésias, ou de Apolo e Hebe. Conta-se que Íxion planejava manter relações sexuais com Hera, mas Zeus, seu marido, evitou-o moldeando uma nuvem (nefele, em grego) com a forma de Hera. Posto que Íxion é normalmente considerado o ancestral dos centauros, pode se fazer referência a eles poeticamente como Ixiónidas. Os filhos de Filira e Cronos, dentre os quais o mais célebre era Quíron, amigo de Héracles, representavam, ao contrário, a força aliada à bondade, a serviço dos bons combates. Os centauros são muito conhecidos pela luta que mantiveram com os Lápitas, provocada pelo seu intento de raptar Hipodâmia no dia da sua boda com Pirítoo, rei dos Lápitas e também filho de Íxion. A discussão entre estes primos é uma metáfora do conflito entre os baixos instintos e o comportamento civilizado na humanidade. Teseu, um herói e fundador de cidades que estava presente, inclinou a balança do lado da ordem correcta das coisas, e ajudou Pirítoo. Os centauros foram expulsos da Tessália e vieram a habitar o Épiro. Mais tarde Héracles exterminou quase todos.[1] [2][3][4] Cenas da batalha entre os Lápitas e os centauros foram esculpidas em baixo relevos no friso do Partenão, que estava dedicado à deusa da sabedoria Atena.

unicórnio e suas lendas

História e lendas Acredita-se que o Elasmotherium deu origem ao mito moderno do Unicórnio, como descrito por testemunhas na China e Pérsia. Apesar de provavelmente ter sido extinto na pré-história, de acordo com a enciclopédia sueca Nordisk familjebok, publicada de 1876 a 1957, e com o cientista Willy Ley, o animal pode ter sobrevivido o suficiente para ser lembrado em mitos do povo russo como um touro com um único chifre na testa. Ahmad ibn Fadlan, viajante muçulmano cujos escritos são considerados uma fonte confiável, diz ter passado por locais onde homens caçavam o animal. Fadlan, inclusive, afirma ter visto potes feitos com chifres do unicórnio. Em 1663, perto de uma caverna na Alemanha, foi encontrado o esqueleto de um animal que, especulava-se, seria um unicórnio. As ossadas encontradas na Alemanha eram possivelmente de Mamute com outros animais, montados por humanos de forma equivocada. A caveira estava intacta e com um chifre único no meio, preso com firmeza. Cerca de 100 anos depois, uma ossada semelhante foi encontrada perto da mesma caverna. Os dois esqueletos foram analisados por Gottfried Leibniz, sábio da época, que declarou que (a partir das evidências encontradas) passara a acreditar na existência de unicórnios. As presas de narvais capturados nas águas do Ártico circulavam por toda a Europa medieval como prova da existência de unicórnios. Tais presas seriam dotadas de poderes mágicos e curativos.

vampiros e suas lendas antes de crepusculo

Etimologia Frontispício de um livro alemão de 1733 sobre vampiros O termo entrou na língua portuguesa no século XVIII por via do francês vampire, que o tomou do alemão Vampir, que por sua vez o tomou emprestado no início do século XVIII do sérvio вампир/vampir,[12][13][14][15][16][17] quando Arnold Paole, um suposto vampiro, foi descrito na Sérvia na época em que esse território estava incorporado no Império Austríaco. O Houaiss dá ainda como possível origem o húngaro, além do sérvio, apresentando como formas históricas vampire (c.1784), vampiro (1815) e vampyro (1857). Uma das primeiras ocorrências do termo registadas na língua portuguesa surge num texto português datado de 1784, em que é usada a forma vampire, indicando a sua proveniência directa do francês.[18] Em 1815 regista-se já a forma actual, vampiro.[19] A forma sérvia encontra paralelo em virtualmente todas as línguas eslavas: búlgaro e macedónio вампир (vampir), croata upir /upirina, checo e eslovaco upír, polaco wąpierz, e (talvez por influência eslavo-oriental) upiór, ucraniano упир (upyr), russo упырь (upyr'), bielorrusso упыр (upyr), do antigo eslavo oriental упирь (upir'). (Note-se que muitas destas línguas também integraram posteriormente o termo "vampir/wampir" por influência Ocidental; essas formas são distintas das palavras nativas originais para a criatura.) A etimologia exacta não é clara.[20] Entre as formas protoeslavas propostas estão *ǫpyrь e *ǫpirь.[21] Uma outra teoria, com menor divulgação, é a das línguas eslavas terem tomado a palavra a partir de um termo turco para "bruxo" (e.g., o tártaro ubyr).[21][22] Acredita-se geralmente que o primeiro uso registado do russo arcaico Упирь (Upir') encontra-se num documento datado de 6555 (1047 AD).[23] É um cólofon num manuscrito do Livro dos Salmos escrito por um padre que transcreveu o livro do glagolítico para o cirílico por encomenda do Príncipe Volodymyr Yaroslavovych.[24] O padre escreve que o seu nome é "Upir' Likhyi " (Оупирь Лихыи), que significa algo como "Vampiro Malvado" ou "Vampiro Louco".[25] Este nome aparentemente estranho tem sido citado tanto como um exemplo do paganismo que à época ainda persistia, assim como do uso de alcunhas como nomes próprios.[26] Uma outra instância da palavra em russo arcaico ocorre no tratado anti-pagão "Diálogos de São Gregório", datado entre os séculos XI e XIII, onde é registado o culto pagão de upyri.[27][28] [editar]Crenças populares A noção de vampirismo existe há milénios; culturas como as da Mesopotâmia, Hebraica, da Grécia Antiga, e a romana continham lendas de demónios e espíritos que são considerados percursores dos modernos vampiros. No entanto, apesar da ocorrência de criaturas do tipo dos vampiros nessas civilizações antigas, o folclore da entidade que conhecemos hoje como vampiro teve origem quase exclusivamente no sudeste da Europa no início do século XVIII,[8] quando as tradições orais de muitos grupos étnicos dessa região foram registados e publicados. Em muitos casos, os vampiros são espectros de seres malignos, vítimas de suicídio, ou bruxos, mas podem também ser criados quando um espírito maléfico possui um corpo ou quando se é mordido por um vampiro. A crença em tais lendas penetrou tanto em algumas regiões que causou histeria colectiva e até execuções públicas de pessoas que se acreditavam serem vampiros.[29] [editar]Descrição e atributos comuns É difícil fazer uma descrição única e final do vampiro da tradição popular, embora exista uma série de elementos comuns a muitas das lendas europeias. Os vampiros são muitas vezes descritos como de aparência inchada, e com uma coloração rósea, púrpura ou escura; estas características são frequentemente atribuídas a uma recente ingestão de sangue. De facto, o sangue é muitas vezes visto perpassando da boca e nariz quando um vampiro era visto no seu caixão ou mortalha, e o olho esquerdo fora deixado aberto.[30] O vampiro estaria envolto na mortalha de linho em que havia sido enterrado, e os seus dentes, cabelo e unhas poderiam apresentar algum crescimento, embora em geral os dentes pontiagudos não fossem uma característica.[31] [editar]Geração As causas da geração de vampiros eram muitas e variadas nas antigas tradições populares. No folclore eslavo e chinês, qualquer corpo que fosse acometido por um animal, em particular um cão ou gato, temia-se que se tivesse tornado num morto-vivo.[32] Um corpo com uma ferida que não houvesse sido tratada com água a ferver estaria também em risco. No folclore russo, dizia-se que os vampiros haviam sido em tempos bruxos ou pessoas que se revoltaram contra a Igreja Ortodoxa Russa quando ainda eram vivas.[33] Surgiram muitas vezes práticas culturais que tinham por objectivo impedir que o ente amado recentemente falecido se tornasse num morto-vivo. Enterrar um corpo de cabeça para baixo era algo muito difundido, assim como a colocação de objectos terrenos, comogadanhas ou foices,[34] perto da cova, com o fim de satisfazer qualquer demónio que entrasse no corpo, ou para apaziguar os mortos por forma a que estes não quisessem levantar-se da tumba. Este método assemelha-se à prática da Grécia Antiga de colocar uma moeda na boca dos corpos, para pagar o frete da barca deCaronte na travessia do Estige, no submundo; foi argumentado que a moeda não teria essa finalidade, mas a de colocar em guarda qualquer espírito maléfico que tentasse entrar no corpo, e isto pode ter influenciado tradições vampíricas mais tardias. Esta tradição persistiu no folclore grego moderno dos vrykolakas, no qual uma cruz de cera e um caco de barro com a inscrição "Jesus Cristo conquista" eram colocados no corpo por forma a prevenir que este se tornasse num vampiro.[35] Outros métodos comummente praticados na Europa incluíam cortar os tendões das pernas ou colocar sementes de papoila, milhetes, ou areia no chão perto da cova de um suposto vampiro; isto destinava-se a manter o vampiro ocupado toda a noite contando os grãos,[36] indicando uma associação entre vampirismo e aritmomania. Narrativas chinesas semelhantes referem que se um ser vampírico encontra um saco de arroz, sente-se obrigado a contar todos os grãos; este tema pode ser encontrado igualmente nos mitos do subcontinente indiano, assim como nas lendas da América do Sul de bruxaria e outra espécie de espíritos ou seres malignos ou nefastos.[37] No folclore albanês, o dhampir é o filho do karkanxholl ou lugat. Se o karkanxholl dorme com a sua mulher, e esta fica prenhe, a geração é chamada dhampir e possui a qualidade única de poder identificar o karkanxholl; daqui deriva a expressão o dhampir conhece o lugat. O lugat não é visível, e pode apenas ser morto pelo dhampir, o qual ele próprio é habitualmente filho de um lugat. Em diversas regiões, animais podem voltar a este mundo como lugats; e, do mesmo modo, pessoas vivas durante o sono. Dhampiraj é também um sobrenome albanês.[38] [editar]Identificação O Pesadelo, de Henry Fuseli Foram usados muitos rituais elaborados por forma a se conseguir identificar um vampiro. Um dos métodos de encontrar o túmulo de um vampiro envolvia levar um rapaz virgem através de um cemitério ou chão de igreja, montado num garanhão virgem - o cavalo supostamente vacilaria no túmulo em questão.[33] Geralmente era necessário um cavalo preto, embora na Albânia este devia ser branco.[39] O aparecimento de buracos na terra que cobrisse um túmulo era visto como um sinal de vampirismo.[40] Corpos que se pensavam serem de vampiros eram geralmente descritos como tendo uma aparência mais saudável que o esperado, roliços e mostrando poucos ou nenhuns sinais de decomposição.[41] E alguns casos, quando túmulos suspeitos eram abertos, os habitantes locais chegaram a descrever o corpo como tendo o sangue fresco de uma vítima espalhado por toda a cara.[42] Os sinais de que um vampiro estava activo numa dada localidade incluíam a morte de gado, ovelhas, parentes ou vizinhos. Os vampiros da tradição popular podiam também fazer sentir a sua presença servindo-se em pequena escala de actividades do tipo poltergeist, tal como atirar pedras aos telhados ou mover objectos do interior das habitações,[43] e exercendo pressão sobre pessoas durante o sono.[44] [editar]Protecção [editar]Apotropia Itens com qualidades apotropaicas, capazes de afastar as almas do outro mundo, são comuns no folclore vampírico. O alho é um exemplo comum,[45] e ramos de roseira silvestre e pilriteiro têm fama de poder ferir vampiros, e na Europa diz-se que espalhar sementes de mostarda no telhado das casas consegue afasta-los.[46] Outros apotropaicos incluem itens sagrados, comocrucifixos, rosários, ou água benta. Diz-se que os vampiros não conseguem pisar chão sagrado, tal como o das igrejas e templos, ou atravessar água corrente.[47] Embora não sejam habitualmente vistos como apotropaicos, os espelhos têm sido usados para afastar vampiros quando colocados em portas, virados para o exterior. Em algumas culturas, os vampiros não possuem reflexo e por vezes não produzem sombra, possivelmente como manifestação da ausência de alma no vampiro.[48] Este atributo, embora não universal (os vrykolakas/tympanios gregos são capazes de gerar tanto reflexo como sombra), foi usado por Bram Stoker em Drácula e permaneceu popular em autores e realizadores de cinema posteriores.[49] Algumas tradições asseguram também que um vampiro não consegue entrar numa casa a menos que seja convidado pelo seu proprietário, embora após o primeiro convite possa entrar e sair sempre que lhes apeteça.[48]Não obstante os vampiros da tradição popular sejam tidos como mais activos à noite, não são geralmente considerados vulneráveis à luz solar.[49] Conjunto de objectos usados na luta contra vampiros [editar]Métodos de destruição Os métodos de destruição de supostos vampiros variam, sendo o empalamento o método mais comummente citado, em particular nas culturas eslavas meridionais.[50] O freixo é a madeira preferida na Rússia e estados bálticos para a confecção da estaca,[51] ou o pilriteiro na Sérvia,[52] havendo um registo de ter sido usado carvalho na Silésia para o mesmo efeito.[53] Vampiros em potencial são muitas vezes perfurados com estacas através do coração, embora na Russia e Alemanha setentrional o alvo fosse a boca,[54][55] e no nordeste da Sérvia o estômago.[56] A perfuração da pele do peito era um método usado para "esvaziar" o vampiro inchado; isto apresenta semelhanças com o hábito de enterrar objectos afiados, como foices, junto com os corpos, de modo a penetrarem a pele se o corpo inchasse o suficiente durante a transformação em morto-vivo.[57] A decapitação era o método preferido na Alemanha e regiões eslavas ocidentais, sendo a cabeça enterrada entre os pés, detrás das nádegas ou sobre o corpo.[50] Este acto era visto como um modo de apressar a partida da alma, que se acredita em algumas culturas que ronde o corpo durante algum tempo após a morte. A cabeça, corpo e roupas do vampiro podem também ser perfurados e pregados à terra por forma a evitar que se levantem.[58] Os povo cigano enfia agulhas de aço ou ferro no coração do corpo e coloca pedaços de aço na boca, sobre os olhos, orelhas, e entre os dedos na ocasião do funeral. Também colocam pilriteiro na mortalha ou enfiam uma estaca de pilriteiro através das pernas. Num enterro datado do século XVI perto de Veneza, um tijolo forçado pela boca de um corpo feminino foi interpretado como um ritual destinado a matar vampiros pelos arqueólogos que o descobriram em 2006.[59] Outros métodos incluíam derramar água a ferver sobre a campa ou a incineração total do corpo. Nos Balcãs, um vampiro pode ainda ser morto a tiro ou afogado, repetindo as exéquias, salpicando água benta sobre o corpo, ou através de um exorcismo. Na Roménia pode ser colocado alho na boca, e em tempos tão recentes como o século XIX uma bala era disparada através do caixão como medida de precaução. Em caso de resistência, o corpo eradesmembrado e as partes queimadas, misturadas com água, e dadas a beber aos familiares como cura. Nas regiões saxónicas da Alemanha, um limão era colocado na boca de corpos suspeitos de serem vampiros.[60] [editar]Crenças antigas Lilith (1892), por John Collier Lendas sobre seres sobrenaturais que se alimentam do sangue ou carne dos vivos têm sido encontradas em praticamente todas as culturas à volta do mundo desde há muitos séculos.[61] Hoje em dia associaríamos essas entidades a vampiros, mas na antiguidade esse termo não existia; o consumo de sangue e outras actividades semelhantes eram atribuídos a demónios ou espíritos comedores de carne e bebedores de sangue; mesmo o Diabo era considerado como um sinónimo de vampiro.[62] Quase todas as nações têm associado o acto de beber sangue com algum tipo de alma de outro mundo ou demónio, ou em alguns casos uma divindade. Na Índia, por exemplo, lendas de vetālas, seres semelhantes a espíritos malignos que habitam os corpos, foram compilados no Baitāl Pacīsī; um importante conto do Kathāsaritsāgara versa sobre o rei Vikramāditya e as suas expedições nocturnas para capturar um destes seres especialmente esquivo.[63] Piśāca, os espíritos de quem fez o mal ou morreu louco, retornados à terra, também possuem atributos vampíricos.[64] Os persas foram uma das primeiras civilizações onde se registam lendas de demónios bebedores de sangue: criaturas tentando beber sangue humano estão representadas em cacos de olaria desenterrados.[65] Na Antiga Babilónia e na Assíria existiam lendas sobre a mítica Lilitu,[66] sinónimo e origem de Lilith (Hebraico לילית) e as suas filhas, as Lilu, da demonologia hebraica. Lilitu era considerada um demónio e muitas vezes representada alimentando-se do sangue de bebés.[66] Dizia-se que as Estrias, demónios bebedores de sangue e de forma feminina mutável, deambulavam à noite por entre a população, em busca de vítimas. De acordo com o Sefer Hasidim, as Estrias eram criaturas geradas nas horas de crepúsculo que precederam o descanso de Deus.[67] Uma Estria ferida podia ser curada ao comer pão e sal dados pelo seu atacante. As antigas mitologias grega e romana descrevem as Empusas,[68] Lâmias,[69] e estirges. Ao longo dos tempos, os dois primeiros termos foram usados genericamente para descrever bruxas e demónios, respectivamente. Empusa era filha da deusa Hécate e descrita como uma criatura demoníaca com pés de bronze, que se banqueteava em sangue transformando-se numa jovem mulher e seduzindo homens durante o sono antes de lhes beber o sangue.[68] As Lâmias depredavam crianças pequenas nas suas camas durante a noite, bebendo-lhes o sangue, tal como faziam as gelloudes ou Gello.[69] Tal como as Lâmias, as estirges banqueteavam-se com crianças, mas também depredavam jovens rapazes. Eram descritas como tendo corpo de corvo, ou genericamente de pássaro, e foram mais tarde incorporadas na mitologia romana comostrix, um tipo de pássaro nocturno que se alimentava de carne e sangue humanos.[70] [editar]Folclore europeu medieval e posterior Muitos dos mitos que rodeiam os vampiros tiveram origem durante a Idade Média. No século XII os historiadores e cronistas ingleses Walter Map e William de Newburgh registaram episódios de mortos-vivos,[29][71] embora sejam raros os registos de seres vampíricos nas lendas inglesas após esta data.[72] O norueguês arcaico draugré outro exemplo de uma criatura morta-viva com semelhanças aos vampiros.[73] Gravura alemã do século XV representando um vampiro ourevenant atacando um cristão. Os vampiros propriamente ditos surgem com a grande divulgação do folclore da Europa Oriental no final do século XVII e início do século XVIII. Estas lendas formam a base da tradição vampírica que mais tarde penetrou na Alemanha e Inglaterra, onde foi posteriormente acrescentada e popularizada. Um dos primeiros registos de actividade vampírica ocorreu na região da Ístria, na actual Croácia, em 1672.[74] Os registos locais referem o vampiro Giure Grando que habitava nessa região, na aldeia de Khring, perto de Tinjan, como causa de pânico entre os aldeões.[75] Giure, que fora camponês, morreu em1656, mas os aldeões locais afirmavam que retornara dos mortos e começara a beber o sangue das pessoas, e a assediar sexualmente a sua viúva. O chefe da aldeia ordenou que uma estaca fosse enterrada no seu coração, mas quando este método não se revelou suficiente para mata-lo, usaram a decapitação com melhores resultados.[76] Durante o século XVIII houve um frenesim de avistamentos de vampiros na Europa Oriental, sendo frequentes os estacamentos e escavações de sepulturas com o fim de identificar e matar mortos-vivos em potencial; até mesmo funcionários do governo envolveram-se na caça e estacamento de vampiros.[77] Apesar de vulgarmente chamado de Iluminismo, durante o qual muitas lendas e mitos populares foram debelados, a crença em vampiros cresceu dramaticamente nesta época, resultando numa histeria colectiva que afectou a maioria da Europa.[29] O pânico teve início num surto de alegados ataques de vampiros na Prússia Oriental em 1721 e na Monarquia de Habsburgo de 1725 a 1734, que se propagou a outras localidades. Dois casos famosos de vampirismo, os primeiros a serem oficialmente registados, envolveram os corpos de Pedro Plogojowitz e Arnold Paole, da Sérvia. Plogojowitz era tido como tendo morrido aos 62 anos, mas alegadamente voltou depois de morto para pedir comida ao filho. Quando o filho recusou, foi encontrado morto no dia seguinte. Plogojowitz supostamente voltou e atacou alguns vizinhos, os quais morreram por perda de sangue.[77] No segundo caso, Paole, um antigo soldado tornado camponês, o qual alegadamente fora atacado por um vampiro alguns anos antes, morreu na ceifa do feno. Após a sua morte começaram a morrer pessoas das redondezas, e acreditava-se largamente que Paole tinha retornado dos mortos para depredar os antigos vizinhos.[78] Outra lenda sérvia famosa que envolvia vampiros girava em torno de um certoSava Savanović que vivia numa azenha, matando os moleiros e bebendo o seu sangue. Este personagem foi mais tarde usado num conto escrito pelo escritor sérvio Milovan Glišić, e no filme de terror sérvio de 1973 Leptirica, inspirado por essa história. Ambos os incidentes estão bem documentados: funcionários do governo examinaram os corpos, escreveram relatórios oficiais, e publicaram livros divulgados por toda a Europa.[78] A histeria, comummente referida como a "Controvérsia Vampírica do Século XVIII", causou furor durante uma geração. A questão foi exacerbada por epidemias rurais de alegados ataques vampíricos, sem dúvida causados pelo alto grau de superstição presente nas comunidades aldeãs, com habitantes locais desenterrando corpos e, em alguns casos, penetrando-os com estacas. Embora muitos estudiosos afirmassem nesta época que os vampiros não existiam, e atribuíssem estes registos a enterros prematuros ou raiva, asuperstição recrudesceu. Dom Augustine Calmet, um respeitado teólogo e estudioso francês, coligiu um exaustivo tratado em 1746, o qual era ambíguo no que respeitava à existência de vampiros. Calmet juntou uma série de registos de incidentes vampíricos; numerosos leitores, incluindo tanto um crítico Voltaire como vários demonologistas, que o apoiavam, interpretaram o tratado como postulando a existência de vampiros.[79] No seu Dicionário Filosófico, Voltaire escreveu:[80] Esses vampiros eram cadáveres, que à noite saíam das suas campas para sugar o sangue dos vivos, tanto pela garganta como pelo estômago, após o que retornavam aos seus cemitérios. As pessoas que assim eram sugadas definhavam, empalideciam, econsumiam-se; por outro lado os cadáveres sugadores tornavam-se gordos, rosados, e exibiam um excelente apetite. E foi na Polónia, Hungria, Silésia, Morávia, Áustria, e Lorena, que os mortos andaram pregando estas partidas. A controvérsia apenas teve fim quando a Imperatriz Maria Teresa da Áustria enviou o seu médico particular, Gerard van Swieten, com o objectivo de investigar as alegações sobre entidades vampíricas. Este concluiu que os vampiros não existiam, e a Imperatriz fez passar leis proibindo a abertura de campas e a profanação de cadáveres, anunciando o final das epidemias vampíricas. Apesar desta condenação, o vampiro sobreviveu em trabalhos artísticos e nas superstições locais[79] [editar]Crenças fora da Europa [editar]África Em diversas regiões de África é possível encontrar lendas e tradições populares de seres com características vampíricas: NaÁfrica Ocidental o povo Axânti fala de um ser de dentes de ferro que vive nas árvores, o asanbosam,[81] e os Ewés do adze, que pode tomar a forma de um vaga-lume e caça crianças.[82] A região do Cabo Oriental tem o impundulu, que pode tomar a forma de um grande pássaro com garras e é capaz de invocar raios e trovões, e o povo Betsileo de Madagáscar fala doramanga, um fora da lei ou vampiro vivente que bebe sangue e come as aparas das unhas dos nobres.[3] Em Moçambique existe um mito persistente sobre "dragões chupasangue" que atacam a população durante a noite. Já em 1498, quandoVasco da Gama, arribou ao porto de Quelimane, deparou-se com estranhos cultos, que perduraram até bem dentro do século XVII, de seres sobrenaturais que saiam durante a noite para se alimentarem do sangue de pessoas e animais, causando-lhes por vezes a morte.[83] [editar]Américas O Loogaroo é um exemplo de como uma crença vampírica pode ser o resultado de uma combinação de crenças, no caso uma mistura de influências francesas e de Vodu africano, ou voodoo. O termo Loogaroo possivelmente deriva do francês loup-garou, que significa "lobisomem", e é comum na cultura das Ilhas Maurícias. No entanto, as histórias sobre o Loogaroo estão difundidas pelas ilhas do Caribe e pela Luisiana, nos Estados Unidos.[84] A Soucouyant da Trinidad, e a Tunda e Patasolado folclore Colombiano, são monstros femininos de tradição semelhante, enquanto que os Mapuches do Chile meridional têm a cobra sugadora de sangue conhecida como Peuchen.[85] Aloe vera pendurado do avesso detrás ou perto de uma porta é tido como eficaz no afastamento de seres vampíricos nas superstições sul americanas.[37] A mitologia asteca possui lendas sobre osCihuateteo, espíritos com cara de esqueleto pertencentes àqueles que morreram à nascença, que raptavam crianças e tinham relações sexuais com os vivos, levando-os à loucura.[33] Kit para caçar vampiros, fabricado em Boston, cerca de 1840 Durante o final do século XVIII e no XIX, a crença em vampiros estava largamente difundida em partes da Nova Inglaterra, em particular em Rhode Island e no Connecticut oriental. Existem muitos casos documentados de famílias que desenterraram os seus entes queridos e lhes removeram o coração, por acreditarem que o falecido era um vampiro responsável pelas doenças e mortes que afligiam a família, embora o termo "vampiro" nunca houvesse sido usado para descrever o morto. Acreditava-se que a doença fatal da tuberculose, ou "consumação", como era conhecida na época, era causada por visitas nocturnas de algum membro da família que houvesse morrido ele próprio de consumação.[86] O caso de suspeita de vampirismo mais famoso, e de registo mais recente, foi o de Mercy Brown, que morreu aos 19 anos em Exeter, Rhode Island em 1892. O seu pai, assistido pelo médico da família, removeu-a da tumba dois meses após a sua morte, removeu-lhe o coração e queimou-o até ficar em cinza.[87] [editar]Ásia As modernas crenças vampíricas, enraizadas em folclore mais antigo, propagaram-se por toda a Ásia, desde as lendas das entidades maléficas do tipo ghoul encontradas no continente, aos seres vampíricos das ilhas do Sudoeste Asiático. A Ásia Meridional também desenvolveu as suas próprias lendas vampíricas. O Bhūta ou Prét é a alma de um homem que morreu de morte apressada. Esta vagueia pelas redondezas animando cadáveres à noite, e atacando os vivos, muito ao modo doghoul.[88] No norte da Índia existe o BrahmarākŞhasa, uma criatura vampírica com a cabeç rodeada por intestinos e uma caveira, de onde bebe sangue. A figura do Vetāla, presente nas lendas da Ásia Meridional, pode por vezes ser descrita como "vampiro"[nota 2]. Embora os vampiros marquem presença no cinema japonês desde o final dos anos 1950, o folclore que lhes está associado tem origem ocidental.[89] No entanto, o Nukekubi, presente na cultura japonesa, é um ser cuja cabeça e pescoço separam-se do corpo para voar em redor em busca de presas humanas durante a noite.[90] Lendas de seres femininos semelhantes a vampiros que são capazes de separar partes superiores do seu corpo também ocorrem nasFilipinas, Malásia e Indonésia. Existem dois tipos principais de criaturas vampíricas nas Filipinas: o mandurugo("chupador de sangue") do povo Tagalog, e o manananggal ("auto-segmentador") dos Visayan. O mandurugo é uma variedade de aswang que toma a forma de uma atraente jovem durante o dia, e à noite ganha asas e uma longa e oca língua semelhante a um fio. A língua é usada para chupar o sangue das vítimas durante o sono. O manananggal é descrito como uma bela mulher mais velha que o mandurugo, capaz de cortar a parte superior do seu torso de modo a voar durante a noite com enormes asas semelhantes às dos morcegos, depredando mulheres grávidas durante o sono em suas casas sem que estas se apercebam. Usa uma língua alongada em forma de tromba para sugar os fetos dessas mulheres grávidas. Também gostam de comer as entranhas (em especial o coração e o fígado) e a fleuma de pessoas doentes.[91] Estátua no exterior do Templo da Floresta dos Macacos em Ubud, no Bali, Indonésia O Penanggalan malaio pode ser uma bela mulher tanto velha como nova que obteve a sua beleza através do uso activo de magia negra ou outros meios sobrenaturais, e geralmente descrita no folclore local como sendo de natureza sombria ou demoníaca. Esta consegue separar a cabeça com as suas presas aguçadas, a qual esvoaça pelas redondezas durante a noite em busca de sangue, tipicamente de mulheres grávidas.[92] Os malaios costumam pendurar jeruju(cardos) à volta das portas e janelas das casas, na esperança que o Penanggalan não entre por aí com medo de ficar com os intestinos presos aos espinhos.[93] O Leyak é um ser semelhante do folclore balinês.[94] UmKuntilanak ou Matianak na Indonésia,[95] ou Pontianak ou Langsuir na Malásia,[96] é uma mulher que morreu durante a infância e tornou-se morta-viva, em busca de vingança e aterrorizando as aldeias. Toma a forma de uma atraente mulher com longo cabelo preto que esconde um buraco na parte posterior do pescoço, o qual usa para sugar o sangue das crianças. O preenchimento desse buraco com o seu próprio cabelo terá o efeito de afasta-la. Colocavam-se contas de vidro na boca dos cadáveres, e ovos debaixo de cada axila, e agulhas nas palmas das mãos, por forma a impedir que se tornassem num langsuir.[97] Jiang Shi (chinês tradicional: 僵屍 or 殭屍, chinês simplificado: 僵尸, pinyin: jiāngshī; literalmente "cadáver rígido"), muitas vezes chamados de "vampiros chineses" pelos ocidentais, são cadáveres reanimados que vagueiam pelas redondezas, matando criaturas vivas para lhes extrair a essência vital (qì). Dizem-se que são criados quando a alma de alguém (魄 pò) não consegue abandonar o corpo do defunto.[98] No entanto, há quem coloque em causa a comparação entre jiang shi e vampiros, uam vez que osjiang shi são geralmente criaturas irracionais sem vontade própria.[99] uma característica pouco habitual deste monstro é ter a pele coberta por uma pelagem branco-esverdeada, possivelmente derivada de fungos ou musgocrescendo sobre os cadáveres.[100] [editar]Era moderna Apesar da descrença geral em entidades vampíricas, têm sido registados avistamentos ocasionais de vampiros. De facto, ainda existem associações dedicadas à caça ao vampiro, embora tenhm sido formadas largamente por motivos sociais.[29] No início de 1970, a imprensa local propagou rumores sobre um vampiro que assombrava o cemitério londrino de Highgate. Caçadores de vampiros amadores afluíram em largos números ao cemitério, e foram escritos muitos livros sobre o caso, notavelmente por Sean Manchester, um habitante local que esteve entre os primeiros a sugerir a existência do "Vampiro de Highgate", e que mais tarde afirmou ter exorcizado e destruído todo um ninho de vampiros naquela área.[101] Em Janeiro de 2005 circularam rumores sobre um atacante que teria mordido uma série de pessoas em Birmingham, na Inglaterra, alimentando receios sobre um vampiro a vaguear pelas ruas. No entanto, a polícia local afirmou que tais crimes nunca foram reportados, e que o caso parece não ser mais que uma lenda urbana.[102] No Outono de 1977 foi registado em Belém do Pará, no Brasil, o que foi descrito como uma estranha praga de vampirismo, envolvendo um "vampiro luminoso" que teria ocasionado a morte de algumas pessoas por perda de sangue, e ferimentos em várias outras.[103] Um dos mais notáveis casos de entidades vampíricas da era moderna, o chupacabra de Porto Rico e do México, é descrito como sendo uma criatura que se alimenta da carne e bebe o sangue de animais domésticos, levando a que alguns o considerem um tipo de vampiro. A "histeria do chupacabra" tem sido frequentemente associada a profundas crises económicas e políticas, em particular em meados dos anos 1990.[104] Em Moçambique, na região de Quelimane, alegados incidentes de vampirismo têm levado a que parte da população saia das suas casas e passe a noite em edifícios públicos por medo dos "chupadores de sangue". Em 1996 a Rádio Moçambique noticiou o estranho caso de um cadáver que levantou-se do túmulo e percorreu as ruas de Nampula, após o que se encontraram vários cadáveres sangrados de pessoas e animais.[105] Alegações de ataques de vampiros varreram o país africano do Malawi em finais de 2002 e inícios de 2003, com multidões apedrejando um indivíduo até à morte e atacando pelo menos outros quatro, incluindo o Governador Eric Chiwaya, baseados na crença que o governo estva em conluio com vampiros.[106] Venda de recordações do Drácula em Sighişoara, na Transilvânia Na Europa, onde muito do folclore vampírico teve origem, o vampiro é considerado como um ser fictício, embora muitas comunidades tenham acolhido e acarinhado a criatura por motivos económicos. Em alguns casos, especialmente em pequenas localidades, a superstições sobre vampiros ainda estão bem enraizadas, e avistamentos e relatos sobre ataques de vampiros ocorrem frequentemente. Na Roménia, em Fevereiro de 2004, muitos parentes de Toma Petre recearam que este se tivesse tornado num vampiro, e desenterraram o seu corpo, extraíram o coração, queimaram-no e misturaram as cinzas com água para que as pudessem beber.[107] Em 2006, um professor de física da universidade da Flórida Central escreveu um artigo argumentando a impossibilidade matemática da existência de vampiros, baseado na progressão geométrica. De acordo com o artigo, se o primeiro vampiro tivesse aparecido a 1 de Janeiro de 1600, e se tivesse alimentado uma vez por mês (que é menos que o que é representado no cinema e no folclore), e se todas as vítimas se tornassem vampiros, em cerca de dois anos e meio toda a população humana existente à época ter-se-ia tornado vampira.[108] O artigo não faz qualquer tentativa de resolver a questão da credibilidade do pressuposto que toda a vítima de um vampiro se transforma noutro vampiro. O vampirismo e o estilo de vida vampírico representam também uma parte relevante dos movimentos ocultistas actuais. O mito do vampiro, as suas qualidades magickas e sedutoras, e o arquétipo de predador, expressam um forte simbolismo que pode ser usado em técnicas que envolvam uso de ritual e de energia, e em magick, podendo mesmo ser adoptada como sistema espiritual.[109] vampiro há séculos que faz parte da sociedade ocultista europeia, e também se difundiu na subcultura americana há já mais de uma década, com forte influência e mistura das estéticas neogóticas.[110] [editar]Nome colectivo 'Coven' ('Conciliábulo') tem sido usado como nome colectivo para vampiros, possivelmente devido ao uso do mesmo tempo na subcultura Wicca. Um nome colectivo alternativo é 'casa' de vampiros.[111] David Malki, autor de Wondermark, sugere em Wondermark #566 o uso do nome colectivo 'cave' [nota 3], como em "uma cave de vampiros."[112] [editar]Origens das crenças vampíricas Le Vampire, litografia de R. de Moraine em Féval (1851-1852). Têm sido sugeridas muitas teorias sobre as origens das crenças em vampiros, tentando explicar a superstição - e por vezeshisteria colectiva - causada por vampiros. As hipóteses explicativas variam desde enterramentos prematuros até à ignorância inicial sobre o ciclo de decomposição após a morte. [editar]Espiritualismo eslavo Embora muitas culturas possuam superstições sobre mortos-vivos comparáveis ao vampiro da Europa de Leste, o vampiro da mitologia eslava é o que tem prevalecido no conceito de vampiro da cultura popular. As raízes das crenças vampíricas presentes na cultura eslava baseiam-se em grande medida nas crenças e práticas espirituais dos povos eslavos existentes antes da sua cristianização, e no seu entendimento da vida após a morte. Apesar da falta de registos protoeslavos pré-cristianismo que descrevam os detalhes da "Antiga Religião", muitas crenças espirituais e rituais pagãos foram mantidos pelos povos eslvos mesmo após a cristianização das suas terras. exemplos dessas crenças incluem o culto dos mortos, espíritos domésticos, e crenças sobre a alma após a morte. As origens das crenças vampíricas nas regiões eslavas podem ser traçadas até à complexa estrutura da espiritualidade eslava. Os demónios e espíritos serviam funções importantes nas sociedades eslavas preindustriais, e eram considerados como sendo muito intervenientes nas vidas e domínios dos humanos. Alguns espíritos erm benevolentes e podiam ajudar nas tarefas humanas, outros eram daninhos e muitas vezes destrutivos. Domovoi, Rusalka, Vila, Kikimora, Poludnitsa, e Vodyanoy são exemplos dessas entidades. Estes espíritos eram considerados como tendo derivado de antepassados ou determinados humanos já falecidos, e podiam aparecer segundo a sua vontade sob várias formas, incluindo de diferentes animais ou sob a forma humana. Alguns destes espíritos podiam ainda participar em actividades malévolas, por forma a prejudicar os humanos, tais como afogando-os, impedindo as colheitas, ou sugando o sangue do gado e por vezes até dos próprios humanos. Desse modo, os eslavos eram obrigados a apaziguar esses espíritos, por forma a prevenir que usassem o seu potencial para comportamentos erráticos e destrutivos.[113] As crenças eslavas comuns denotam uma forte distinção entre alma e corpo. A alma não é considerada como perecível. Os eslavos acreditavam que após a morte, a alma viajaria para fora do corpo, e vaguearia pelas vizinhanças e pelo antigo local de trabalho do defunto durante quarenta dias antes da passagem final para a vida eterna.[113] Por este motivo era considerado necessário deixar aberta uma janela ou porta da casa, de modo a que a alma pudesse entrar e sair a seu bel-prazer. Durante este tempo acreditava-se que a alma tinha a capacidade de reentrar no corpo do defunto. Tal como os espíritos atrás mencionados, a alma passageira tanto podia abençoar como causar destroço entre a sua família e vizinhos durante os quarenta dias que duravam a passagem. Após a morte do indivíduo, era feito um esforço considerável na correcta execução dos ritos fúnebres por forma a assegurar a pureza e pacificação da alma durante a sua separação do corpo. A morte de uma criança não baptizada, uma morte violenta ou apressada, ou a morte de um grande pecador (como um feiticeiro ou pecador), tudo isso eram motivos para causar impureza à alma após a morte. A alma podia ainda tornar-se impura se ao seu corpo não fosse dado um enterramento apropriado. Alternativamente, um corpo sem um funeral apropriado poderia tornar-se susceptível à possessão por parte de outras almas e espíritos impuros. Os eslavos temiam estas almas impuras devido ao seu potencial para exercer vinganças.[114] Destas crenças profundamente arreigadas sobre a morte e alma deriva a invenção do conceito eslavo do vampir. O vampiro era a manifestação de um espírito impuro em possessão de um corpo em decomposição. esta criatura morta-viva era considerada como vingativa e ciumenta em relação aos vivos, e sedenta do sangue dos vivos, essencial para suportar a sua existência corporal.[115] Embora este conceito de vampiro exista em formas algo diversas pelos países eslavos e alguns dos seus vizinhos não eslavos, é possível traçar o desenvolvimento da crença em vampiros ao espiritualismo eslavo que antecedeu a cristianização das regiões eslavas. [editar]Patologia [editar]Decomposição Paul Barber no seu livro Vampires, Burial and Death argumentou que a crença em vampiros resultava da tentativa por parte dassociedades pré-industriais em explicar o processo de decomposição que, embora sendo algo natural, era para eles inexplicável.[116] Por vezes o povo suspeitava de vampirismo quando um cadáver não se parecia com a ideia que tinham do aspecto que deveria ter um corpo desenterrado. No entanto, as taxas de decomposição variam de acordo com a temperatura e composição do solo, e muitos dos sinais de decomposição são pouco conhecidos. Isto levou caçadores de vampiros a concluir erradamente que um corpo não havia sofrido qualquer decomposição ou, ironicamente, a interpretar sinais de decomposição como sinais de vida após a morte.[117] Os cadáveres incham à medida que os gases resultantes da decomposição de acumulam no torso, e o aumento de pressão força o sangue a derramar-se pela boca e nariz. Isto faz com que o corpo pareça "roliço", "bem alimentado", e "rosado" — alterações que são ainda mais evidentes caso o defunto fosse magro ou pálido em vida. No caso de Arnold Paole, o corpo exumado de uma mulher idosa foi julgado pelos seus vizinhos como mais roliço e saudável que o que ela alguma vez fora em vida.[118] O sangue perpassando do corpo dava a impressão do corpo ter estado envolvido recentemente em actividade vampírica.[42] O escurecimento da pele era, do mesmo modo, resultado da decomposição.[119] O estacamento de um corpo inchado e em decomposição causaria o sangramento do corpo, e forçaria o escape dos gases acumulados, o qual poderia causar um som semelhante a um gemido à medida que os gases se moviam através das cordas vocais, ou um som semelhante à flatulência quando passassem pelo ânus. Os registos oficiais do caso de Pedro Plogojowitz referem "outros sons selvagens que não mencionarei por certos respeitos".[120] Após a morte a pele e gengivas perdem fluídos e contraem-se, expondo as raízes do cabelo, as unhas, dentes, e mesmo dentes que até então estavam ocultos na mandíbula. Isto pode produzir a ilusão do cabelo, unhas e dentes terem crescido após a morte. Num certo ponto, as unhas caem e a pele escama, tal como registado no caso Plogojowitz — a derme e as partes inferiores das unhas emergindo foram interpretadas como "nova pele" e "novas unhas".[120] [editar]Enterramento prematuro Foi também sugerido que as lendas sobre vampiros possam ter sido influenciadas por indivíduos que foram enterrados vivos devido às deficiências do conhecimento médico da época. Em alguns casos em que foram reportados sons que emanavam de um caixão em particular, este foi mais tarde desenterrado e foram descobertas marcas de unhas no interior, causadas pela vítima tentando escapar. Noutros casos a pessoa bateria com a cabeça, nariz ou face contra o caixão, e os ferimentos causados dariam a impressão de que teria estado a se "alimentar."[121] um problema desta teoria é a questão de como alguém supostamente enterrado vivo conseguia manter-se vivo por um período de tempo alargado sem comida, água e ar fresco. Uma explicação alternativa para os ruídos é o barulho causado pelos gases ao escaparem durante a decomposição natural dos corpos.[122] Outra causa provável de serem encontradas campas em desordem são osladrões de túmulos.[123] [editar]Contágio O vampirismo da tradição popular tem sido associado a grupos de mortes causadas por doenças misteriosas ou não identificadas, habitualmente dentro da mesma família, ou pequena comunidade.[86] A referência epidémica é óbvia em casos clássicos como o de Pedro Plogojowitz e Arnold Paole, e mais ainda no caso de Mercy Brown e de modo geral nas crenças vampíricas da Nova Inglaterra, onde uma doença em particular, a tuberculose, estava associada aos surtos de vampirismo. Tal como na forma pneumónica da peste bubónica, esta doença estava associada ao rompimento do tecido pulmonar, causando o aparecimento de sangue nos lábios.[124] [editar]Porfiria Em 1985 o bioquímico David Dolphin propôs uma ligação entre um raro distúrbio sanguíneo conhecido como porfiria e o folclore vampírico. Reparando que essa condição é tratada com hemo intravenoso, Dolphin sugeriu que o consumo de grandes quantidades de sangue poderia resultar de alguma maneira no transporte do hemo através da parede do estômago e para a corrente sanguínea. Desta maneira, os vampiros eram meros indivíduos sofredores de porfiria que procuravam substituir o hemo e aliviar os sintomas[125] Esta teoria tem sido desmontada pelo meio médico, uma vez que as sugestões sobre os afectados por porfiria desejarem a ingestão do hemo no sangue humano, ou que o consumo de sangue possa atenuar os sintomas da doença, são baseados numa compreensão errada da doença. Adicionalmente, constatou-se que Dolphin confundira os vampiros fictícios (sugadores de sangue) com os do folclore, muitos dos quais não eram conhecidos por beberem sangue.[126] Do mesmo modo, foi estabelecido um paralelo com a sensibilidade à luz do Sol por parte dos afectados por porfiria, quando esta condição está associada aos vampiros fictícios, e não aos da tradição popular. Em todo o caso, Dolphin não chegou a dar mais divulgação aos seus trabalhos.[127] Embora tenha sido posto de parte pelos peritos, a ligação entre vampirismo e porfiria conseguiu a atenção dos média.[128] e entrou ela própria no folclore da moderna cultura pop.[129] [editar]Raiva A raiva tem sido associada ao folclore vampírico. O Dr Juan Gómez-Alonso, neurologista no Hospital Xeral emVigo, Espanha, examinou esta possibilidade num relatório publicado no periódico Neurology A susceptibilidade a alho e à luz pode resultar da hipersensibilidade, um dos sintomas da raiva. A doença pode também afectar partes do cérebro, causando um distúrbio nos padrões normais do sono (e assim um comportamento nocturno) e hipersexualidade. Lendas antigas diziam que um homem não tinha raiva se conseguisse olhar para o seu próprio reflexo - uma alusão à lenda sobre vampiros não terem reflexo. Lobos e morcegos, que são muitas vezes associados a vampiros, podem ser portadores de raiva. A doença pode também levar a um desejo de morder os outros e a espumar sangue da boca.[130][131] [editar]Perspectiva psicodinâmica Vampir, quadro de 1899 de Ernst Stöhr, ilustrando a relação entre sexualidade as tradições vampíricas Em 1931, no seu tratado On the Nightmare, o psicanalista galês Ernest Jones constatou que os vampiros funcionavam como símbolos de muitos desejos inconscientes e mecanismos de defesa. Emoções tais como amor, culpa, e ódio alimentaram a ideia de um retorno dos mortos dos seus túmulos. Por desejarem um reencontro com os entes queridos, os enlutados poderiam projectar a ideia que o recém falecido deveria também desejar o mesmo, resultando na crença sobre os vampiros da tradição popular e almas do outro mundo visitarem em primeiro lugar os seus familiares, e em particular os cônjuges.[132] Em casos onde havia um sentimento de culpa inconsciente associado à relação, no entanto, o desejo pelo reencontro poderia ter sido subvertido pela ansiedade. Isto poderia levar à repressão, a qual Sigmund Freud ligou ao desenvolvimento de terror mórbido.[133] Jones conjecturou que neste caso o desejo original por um reencontro (de natureza sexual) poderia ser dramaticamente alterado: O desejo era substituído pelo medo; o amor pelo sadismo; e o objecto ou ente amado substituído por uma entidade desconhecida. O aspecto sexual poderá ou não estar presente.[134] Alguns críticos modernos têm proposto uma teoria semelhante: As pessoas identificam-se com os vampiros imortais porque, ao fazê-lo, ultrapassam - ou ao menos escapam temporariamente - o medo da morte.[135] A sexualidade inata do acto de sugar o sangue pode ser vista na sua relação intrínseca com o canibalismo, e a ligação da tradição popular com comportamentos semelhntes aos de Incubus. Muitas lendas relatam vários seres que extraem outros fluídos das vítimas, denotando uma clara associação inconsciente com o sémen. Finalmente, Jones constata que quando aspectos mais normais da sexualidade são reprimidos, formas regressivas podem se expressar, em particular o sadismo; Jones supôs osadismo oral como parte integral do comportamento vampírico.[136] [editar]Interpretação política Gravura política de 1882 representando os proprietários de São Francisco como vampiros A reinvenção do mito do vampiro na era moderna não ocorreu sem uma certa dimensão política.[137] O aristocrático Conde Drácula, sozinho no seu castelo com alguns poucos serviçais dementes, surgindo apenas durante a noite para alimentar-se dos seus súbditos camponeses, é simbólico da natureza parasitária do Ancien régime. Werner Herzog, na sua obra Nosferatu the Vampyre, fornece a esta interpretação política uma faceta irónica adicional quando o protagonista Jonathon Harker, um solicitador da classe média, torna-se o vampiro seguinte; desta maneira o burguês capitalista tornava-se na próxima classe de parasitas.[138] Em Portugal o termo vampiro é usado com conotação política desde pelo menos 1823, quando o Abade de Medrões dele se socorre para atacar os inimigos da Constituição: "esses vampiros desatinados, que pertendem restabelecer о antigo absolutismo, e tolher os nossos legítimos direitos."[139] Durante todo o século XIX o termo foi amplamente usado neste contexto em textos políticos da época, descrevendo desde a influência castelhana em Portugal até a situação da Índia Portuguesa como sorvedouro da fazenda pública. Em 1963 o cantor e compositor de intervençãoportuguês Zeca Afonso, no tema "Os Vampiros", usou a mesma acepção de vampiro ao clamar contra a opressão do capitalismo, sendo a canção consequentemente banida pela censura.[140] [editar]Psicopatologia Alguns criminosos têm efectuado aparentes rituais vampíricos sobre as suas vítimas. Os assassinos em série Peter Kürten eRichard Trenton Chase foram ambos apelidados de "vampiros" pela imprensa de tabloide após ter sido descoberto que bebiam o sangue das pessoas que assassinavam. Do mesmo modo, em 1932, um caso de crime não resolvido em Estocolmo, Suécia, foi alcunhado de "Crime vampírico", devido Às circunstâncias em que a vítima morreu.[141] Elizabeth Báthory, condessa húngara e assassina em série dos finais do século XVI, tornou-se particularmente famosa em obras de séculos posteriores, que a representavam banhando-se no sangue das suas vítimas por forma a conseguir reter a beleza ou juventude.[142] [editar]Subculturas vampíricas modernas O estilo de vida vampírico é um termo usado para definir uma subcultura contemporânea, largamente inserida na subcultura Gótica, na qual se consome o sangue dos outros como passatempo; inspirada pela fértil história recente da cultura popular relacionada ao simbolismo dos cultos, aos filmes de terror, às obras de ficção de Anne Rice, e aos estilos da Inglaterra vitoriana.[143] Manifestações activas de vampirismo real dentro das subculturas vampíricas incluem tanto vampirismo relacionado com sangue, geralmente referido como vampirismo sanguíneo, e vampirismo psíquico, ou o suposto acto de se alimentar de energia pranica.[144] [editar]Morcegos-vampiros Ver artigo principal: Morcego-vampiro Desmodus rotundus, o morcego-vampiro comum Embora muitas culturas tenham lendas sobre os morcegos-vampiros, apenas recentemente estes se tornaram parte integrante das tradições populares sobre vampiros, quando foram descobertos na América do Sul continental no século XVI.[145] Embora não existam morcegos vampiros na Europa, os morcegos nocturnos ecorujas há muito que são associados com presságios e o sobrenatural, embora isso se deva fundamentalmente aos seus hábitos nocturnos,[145][146] e na tradição heráldica inglesa moderna o morcego significa "estar ciente dos poderes das trevas e do caos".[147] Todas as três espécies de verdadeiros morcegos-vampiros são endémicas da América Latina, e não há nenhuma evidência que sugira que alguma vez tenham tido parentes no Velho Mundo tanto quanto a memória humana conseguiu registar. Por este motivo é impossível que que o vampiro da tradição popular represente uma versão distorcida ou memória longínqua do morcego-vampiro. Estes morcegos foram nomeados deste modo devido ao vampiro folclórico, e não o inverso; o Oxford English Dictionary regista a sua presença na tradição popular em Inglaterra a partir de 1734, muito antes da presença zoológica, que apenas ocorreu em 1774. Embora a dentada do morcego-vampiro não seja geralmente perigosa para o ser humano, estes morcegos têm sido conhecidos por se alimentarem activamente de sangue humano, e presas de grande porte como gado, deixando muitas vezes a sua imagem de marca na pele da vítima, a marca de dentada de dois dentes afiados.[145] Um artigo sobre vampiros datado de 1842 e publicado no semanário português Archivo Popular estabelece um paralelo entre o vampiro da tradição eslava e as lendas sobre ataques de morcegos-vampiros na América meridional - que seriam em grande quantidade, chegando a ser fatais - divulgadas por Pedro Mártir, La Condamine e outros, considerando ambas invenções fantasiosas e dignas de pouco crédito.[148] O Drácula da literatura transforma-se em morcego muitas vezes no romance, e os próprios morcegos-vampiros são aí mencionados por duas vezes. A produção teatral de 1927 Dracula seguiu os passos do romance ao representar a transformação de Drácula em morcego, assim como o filme do mesmo nome, onde Béla Lugosi também se transforma em morcego.[145] A cena da transformação em morcego seria novamente usada por Lon Chaney Jr. no filme de 1943 Son of Dracula.[149] [editar]Na ficção moderna O vampiro tem hoje lugar cativo na ficção popular. Esta ficção teve início na poesia do século XVIII, continuando depois nos contos do século XIX o primeiro e mais influente dos quais foi The Vampyre (1819), de John Polidori, apresentando o vampiro Lord Ruthven. As façanhas de Lord Ruthven foram continuadas numa série de peças de teatro sobre vampiros, nas quais era oanti-herói. O tema do vampiro continuou uma série de publicações literárias de terror conhecidas por penny dreadful, como Varney the Vampire (1847), culminando com o romance de vampiros mais proeminente de sempre: Drácula de Bram Stoker, publicado em 1897.[150] Na ficção moderna, o vampiro tende a ser representado como um vilão delicado e carismático.[31]Ao longo do tempo, alguns atributos hoje vistos como parte integrante do vampiro, foram sendo incorporados no seu perfil: os dentes pontiagudos e a vulnerabilidade à luz solar surgiram durante o século XIX, com Varney o Vampiro e o Conde Drácula apresentando ambos dentes proeminentes,[151] e Nosferatu (1922), de Murnau, temendo a luz do dia.[152] A capa surgiu em produções teatrais dos anos 1920, acrescentada de uma gola alta pelo dramaturgo Hamilton Deane por forma a ajudar Drácula a 'desaparecer' em cena.[153] Lord Ruthven e Varney eram capazes de curar-se usando o luar, embora não exista qualquer menção a essa característica nas tradições populares sobre vampiros.[154] A imortalidade, implícita embora não explicitamente documentada no folclore vampírico, é uma característica com forte presença no cinema e literatura sobre vampiros, com constantes alusões ao preço da vida eterna, nomeadamente a necessidade incessante pelo sangue daqueles de quem já foi um igual.[155] Frontispício de Varney the Vampire, 1847 [editar]Literatura Ver também: Anexo:Lista de obras literárias sobre vampiros O vampiro ou morto-vivo fez a sua primeira aparição no campo da literatura em poemas como The Vampire (1748) de Heinrich August Ossenfelder, e Lenore (1773) de Gottfried August Bürger, Die Braut von Corinth (A Noiva de Corinto (1797) de Johann Wolfgang von Goethe, no inacabado poema de Samuel Taylor Coleridge, Christabel e emThe Giaour (1813) de Lord Byron.[156] Byron foi ainda creditado como responsável pela primeira peça de ficção em prosa sobre vampiros, The Vampyre (1819), embora esta tenha sido escrita na realidade pelo médico pessoal de Byron, John Polidori, que adaptou um uma história enigmática e fragmentária que lhe foi contada pelo seu ilustre paciente.[29][150] A própria personalidade dominante de Byron, temperada pela sua amante Lady Caroline Lamb no pouco elogioso roman-a-clef, Glenarvon (um fantasia gótica baseada na vida desregrada de Byron), foi usada como modelo para o morto-vivo protagonista do romance de Polidori, Lord Ruthven. The Vampyre foi um grande sucesso, e a obra sobre vampiros mais influente do início do século XIX.[9] Varney the Vampire de James Malcolm Rymer (também atribuído a Thomas Preskett Prest) constituiu-se como um marco na literatura gótica de terror de meados da era vitoriana, surgindo inicialmente entre 1845 e 1847 numa série de panfletos geralmente referidos como penny dreadfuls, devido ao baixo preço e ao conteúdo tipicamente macabro, sendo publicado como livro em 1847. Varney the Vampire segue um claro estilo de suspense, usando uma intensa imagística para descrever as horrendas façanhas de Varney.[154] A história de lesbianismo vampírico de Sheridan Le Fanu, Carmilla (1871), foi outra importante contribuição para o género. Tal como Varney antes dela, a vampira Carmilla é retratada de um modo algo compreensivo quando a compulsão inerente à sua condição é abordada.[157] Nenhuma tentativa de representação de vampiros na ficção popular foi tão influente ou tão definitiva como o romance Dráculade Bram Stoker (1897).[158] O retrato que faz do vampirismo enquanto doença de possessão demoníaca contagiosa, com os seus matizes de sexo, sangue e morte, sensibilizou a Europa vitoriana onde a tuberculose e a sífilis eram comuns. As características vampíricas descritas na obra de Stoker fundiram-se a tradição popular e dominaram-na, acabando por evoluir para o vampiro da ficção moderna. Inspirado em trabalhos anteriores como The Vampyre e "Carmilla", Stoker começou a pesquisa para o seu novo livro em finais do século XIX, lendo obras como The Land Beyond the Forest (1888) de Emily Gerard e outros livros sobre a Transilvânia e vampiros. Em Londres um colega referiu-lhe a história de Vlad Ţepeş, o "Drácula da vida real", e Stoker imediatamente incorporou essa história no seu livro. O primeiro capítulo do livro foi omitido quando este foi publicado em 1897, editado em 1914 como Dracula's Guest.[159] Um dos primeiros romances "científicos" sobre vampiros foi I Am Legend (1954), de Richard Matheson, usado depois como base para os filmes The Last Man on Earth em 1964, The Omega Man em 1971, e Eu Sou a Lenda em 2007.[carece de fontes] Capa do livro Entrevista com o Vampiro, de Anne Rice O século XXI trouxe mais exemplos de ficção vampírica, como a série Black Dagger Brotherhood, de J.R. Ward, e outros livros de vampiros de grande popularidade e apelando ao público adolescente e jovem adulto. Estes romances paranormais versando sobre vampiros e os géneros associados de chick-lit vampírico e detective do oculto são actualmente um notável fenómeno de popularidade e em constante expansão, com novas obras sobre o tema sendo publicadas a todo o momento.[160] The Vampire Huntress Legend Series de Leslie Esdaile Banks, a série erótica Anita Blake: Vampire Hunter de Laurell K. Hamilton, e a série The Hollows de Kim Harrison, retratam o vampiro numa série de novas perspectivas, algumas delas sem qualquer relação com as lendas originais. O final do século XX assistiu a um recrudescimento nos épicos de vários volumes sobre vampiros. O primeiro destes foi a série Barnabas Collins (1966-71), da romancista gótica Marilyn Ross, vagamente baseado na série de televisão americana contemporânea Dark Shadows. Esta obra definiu ainda a tendência para representar os vampiros comoheróis trágicos poéticos, ao invés das representações mais tradicionais de símbolos do mal. Esta fórmula foi seguida pela romancista Anne Rice na série de grande sucesso e influência Vampire Chronicles (1976-2003).[161] Os vampiros da série Twilight (2005-2008), de Stephenie Meyer, não são afectados por alho ou crucifixos, nem pela luz solar.[162] Richelle Meaddesvia-se ainda mais do vampiro tradicional na série Vampire Academy (2007-presente), baseando os romances em lendas romenas com duas raças de vampiros, uma boa e outra má, assim como semi-vampiros.[163] No Brasil o vampiro marcou presença nos anos 1970 na literatura de banda desenhada com o personagem Zé Vampir de Mauricio de Sousa. Mais recentemente, em 2000, o escritor brasileiro André Vianco produziu uma série de histórias de vampiros de sucesso, como Os Sete, Sétimo e O Vampiro Rei. [editar]Cinema e televisão Bela Lugosi como Drácula na versão de 1931 Considerada uma das figuras proeminentes do cinema clássico de terror, o vampiro demonstrou ser uma proveitosa fonte de inspiração para as indústrias cinematográfica e dos jogos de vídeo. Drácula desempenha um papel principal em mais filmes que qualquer outro personagem excepto Sherlock Holmes, e muitos filmes do início do cinema foram ou baseados no romance Drácula, ou derivados a partir deste com poucas adaptações. Entre estes incluem-se o emblemático filme mudo alemão de 1922, Nosferatu, realizado por F. W. Murnau e apresentando a primeira representação cinematográfica de Drácula - embora os nomes e personagens imitavam intencionalmente os de Drácula, Murnau não conseguiu obter permissão da viúva de Stoker para o fazer, e foi obrigado a alterar muitos aspectos do filme. Além deste filme houve ainda Dracula (1931), da Universal, com Béla Lugosi no papel do Conde, no que foi o primeiro filme sonoro representando Drácula. Nesta década surgiram muitos outros filmes de vampiros, sendo o mais notável A Filha de Drácula em 1936.[164] A lenda do vampiro cimentou-se na indústria cinematográfica quando Drácula reencarnou para olhos de uma nova geração com a celebrada série de filmes de terror Hammer Horror, com Christopher Lee protagonizando o Conde. O sucesso do filme de 1958 Dracula, protagonizado por Lee, foi seguido de sete sequelas. Lee retornou como Drácula em todas excepto duas, ficando bem conhecido por esse papel.[165] Na década de 1970 os vampiros diversificaram-se no cinema, com trabalhos como Count Yorga, Vampire (1970), um conde africano, no filme de 1972 Blacula, a produção da BBC Conde Drácula, com o actor francês Louis Jourdan como Drácula e Frank Finlay no papel de Abraham Van Helsing, e um vampiro ao estilo de Nosferatu na mini-série televisiva de 1979 Salem's Lot, e uma reedição do próprio Nosferatu, intitulada Nosferatu the Vampyre com Klaus Kinski, no mesmo ano. Muitos filmes apresentaram vampiros femininos como antagonistas, muitas vezes lésbicos, como em The Vampire Lovers da série Hammer Horror, produzido em 1970 e baseado em Carmilla, embora o argumento ainda gire em torno de um vampiro maléfico como personagem central.[165] O argumento do episódio piloto da série televisiva de 1972 de Dan Curtis Kolchak: The Night Stalker girava em torno do repórter Carl Kolchak numa caçada ao vampiro em Las Vegas. Filmes posteriores mostraram uma maior diversidade de argumentos, tendo alguns se focado no caçador de vampiros, como Blade na série de filmes da Marvel Comics Blade, e o filme Buffy the Vampire Slayer. Buffy, estreado em 1992, pressagiou a presença vampírica na televisão, com uma adaptação para a série de sucesso do mesmo nome, e do seu spin-off Angel. Outros ainda apresentaram o vampiro como protagonista, como o filme de 1983 The Hunger, em 1994 Entrevista com o Vampiro e a que pode ser considerada uma sua sequela indirecta, rainha dos Condenados, e a série de 2007 Moonlight. Drácula de Bram Stoker foi um notável filme de 1992, tornando-se o filme de vampiros mais repulsivo até então produzido.[166] Este aumento de interesse em argumentos vampíricos levou à representação do vampiro em filmes como Underworld e Van Helsing, e o filme russo Night Watch e da reedição da mini-série televisiva 'Salem's Lot, ambos de 2004. A série Blood Ties estreou na Lifetime Television em 2007, apresentando um personagem representado como Henry Fitzroy, filho ilegítimo do rei Henrique VIII de Inglaterra tornado vampiro, na Toronto actual, com uma ex-detective de Toronto como protagonista. A série de 2008 da HBO, intitulada True Blood, usa uma aproximação sulista ao tema vampírico.[162] Outro programa popular sobre vampiros é The Vampire Diaries da CW. A continuada popularidade do vampiro foi atribuída a dois factores: a representação da sexualidade e o medo perpétuo da mortalidade.[167] Outra série "vampírica" que recentemente[quando?] surgiu é a saga Crepúsculo, uma série de filmes baseada na série de livros do mesmo nome. A Rede Globo, no Brasil, exibiu duas telenovelas abordando o tema: Vamp em 1991,[168] e O Beijo do Vampiro em 2002.[169] Na novela Caminhos do Coração da Rede Record um dos personagens é um vampiro.[170] Em Portugal surgiram em 2010 duas séries televisivas sobre vampiros: Lua Vermelha, da SIC, em formato de série juvenil e actualmente (2011) em exibição,[171] e Destino Imortal, uma mini-série de seis episódios da TVI.[172]Jogos de vídeo A imensa popularidade da plataforma Apple iOS como plataforma de jogos levou à adopção de jogos como Vampire Rush pela audiência de jogadores ocasionais.[173] O jogo de role-playing Vampire: the Masquerade teve grande influência sobre a ficção vampírica moderna e elementos da sua terminologia, como embrace e sire, passaram a ser largamente usados. entre os jogos de vídeo sobre vampiros mais populares contam-se Castlevania, uma extensão do romance original de Bram Stoker Drácula, e Legacy of Kain.[174] Os vampiros aparecem ainda esporadicamente em outros jogos, incluindo The Elder Scrolls IV: Oblivion, onde uma personagem pode ficar afectada por porfíria.[175] uma aproximação diferente aos tema vampírico ocorre em num outro jogo da Bethesda, Fallout 3, com "The Family". Aqui são representados como alguém que sofre de desejos canibais, mas contentou-se com o sangue de modo a não se afundar numa insanidade mental ainda maior.[176]

lendas e seres misticos famosos

Variantes culturais O Licantropo dos gregos é o mesmo que o Versipélio dos romanos, o Volkodlák dos eslavos, o Werewolf ou Dracopyre dos saxões, o Wahrwolf dos alemães, o Óboroten dos russos, o Hamtammr dos nórdicos, o Loup-garou dos franceses, o arbac-apuhc dos brasileiros, o Lobisomem da Península Ibérica e da América Central e do Sul, com suas modificações fáceis de Lubiszon, Lobisomem, Lubishome; nas lendas destes povos, trata-se sempre da crença na metamorfose humana em lobo, por um castigo divino. [editar]Lenda brasileira No Brasil existem muitas versões dessa lenda, variando de acordo com a região. Uma versão diz que a sétima criança em uma sequência de filhos do mesmo sexo tornar-se-á um lobisomem. Outra versão diz o mesmo de um menino nascido após uma sucessão de sete mulheres. Outra, ainda, diz que o oitavo filho se tornará a fera. Em algumas regiões, o Lobisomem se transforma à meia noite de sexta-feira, em uma encruzilhada. Como o nome diz, é metade lobo, metade homem. Depois de transformado, sai à noite procurando sangue, matando ferozmente tudo que se move. Antes do amanhecer, ele procura a mesma encruzilhada para voltar a ser homem. Em algumas localidades diz-se que eles têm preferência por bebês não batizados. O que faz com que as famílias batizem suas crianças o mais rápido possível. Já em outras diz-se que ele se transforma se espojando onde um jumento se espojou e dizendo algumas palavras do livro de São Cipriano e assim podendo sair transformado comendo porcarias até que quase se amanheça retornando ao local em que se transformou para voltar a ser homem novamente. No interior do estado de Rondônia, o lobisomem após se transformar, tem de atravessar correndo sete cemitérios até o amanhecer para voltar a ser humano. Caso contrário ficará em forma de besta até a morte. O escritor brasileiro João Simões Lopes Neto escreveu assim sobre o lobisomem: "Diziam que eram homens que havendo tido relações impuras com as suas comadres, emagreciam; todas as sextas-feiras, alta noite, saíam de suas casas transformados em cachorro ou em porco, e mordiam as pessoas que a tais desoras encontravam; estas, por sua vez, ficavam sujeitas a transformarem-se em Lobisomens…" [1] Há também quem diga que um oitavo filho que tem sete irmãs mais velhas se torna lobisomem ao completar treze anos. Também dizem que o sétimo filho de um sétimo filho se tornará um lobisomem. A lenda do lobisomem é muito conhecida no folclore brasileiro, e assim como em todo o mundo, os lobisomens são temidos por quem acredita em sua lenda. Algumas pessoas dizem que além da prata o fogo também mata um lobisomem. Outras acreditam que eles se transformam totalmente em lobos e não metade lobo metade homem. Algumas lendas também dizem que se um ser humano for mordido por um lobisomem, e não o encontrar a cura até a 12ª badalada desse mesmo dia, ficará lobisomem para toda a eternidade. No interior do estado de São Paulo, divisa com Minas Gerais, está localizada a cidade de Joanópolis, capital mundial do Lobisomem, com o maior número de avistamentos da fera registrados em uma só cidade até hoje e quando se questionava acerca da razão da existência de tal coisa, as respostas eram algo unânimes: "As palavras dos batizados eram outras..." e mencionava-se as razões já ditas na lenda brasileira. Por vezes, quando as pessoas vinham de uma festa ou convívio, ou simplesmente vinham da horta, a pé ou de carroça, e estamos a falar há 30 ou 40 anos atrás (ou mais), não raras vezes era ouvido um som repetitivo, como um trovão constantemente a tronar, de longe e associava-se isso aos lobisomens. Desde há alguns anos para cá que não se ouve falar de um caso desses, mas ainda perduram na memória as histórias que nos contavam em pequenos, como a do homem que conversava com os seus amigos no café, e deixa escapar: "Como me custa subir a serra da Ladeira de noite, com pés de porco…". Há referências muito antigas ao lobisomem em Portugal. Aparece no Rifão de Álvaro de Brito (Cancioneiro Geral): Sois danado lobishomem, Primo d’Isac nafú; Sois por quem disse Jesus Preza-me ter feito homem. (Garcia de Resende, Excertos, por António Feliciano de Castilho, Livraria Garnier, Rio de Janeiro, 1865, p. 24). É também mencionado no Vocabulario Portuguez e Latino de Rafael Bluteau (tomo V, p. 195) e nos sonetos de Bocage: Profanador do Aónio santuário, Lobisomem do Pindo, orneia ou brama, Até findar no Inferno o teu fadário! (Bocage, Obras Escolhidas, primeiro volume, p.122). [editar]Lenda portuguesa No século XIX, Alexandre Herculano escreveu assim sobre o lobisomem português: "Os lubis-homens são aqueles que têm o fado ou sina de se despirem de noite no meio de qualquer caminho, principalmente encruzilhada, darem cinco voltas, espojando-se no chão em lugar onde se espojasse algum animal, e em virtude disso transformarem-se na figura do animal pré-espojado. Esta pobre gente não faz mal a ninguém, e só anda cumprindo a sua sina, no que têm uma cenreira mui galante, porque não passam por caminho ou rua, onde haja luzes, senão dando grandes assopros e assobios para se lhas apaguem, de modo que seria a coisa mais fácil deste mundo apanhar em flagrante um lubis-homem, acendendo luzes por todos os lados por onde ele pudesse sair do sítio em que fosse pressentido. É verdade que nenhum dos que contam semelhantes histórias fez a experiência". (A. Herculano, Opúsculos, Tomo IX, Bertrand, Lisboa, 1909, p. 176-177). Nos seus estudos sobre mitologia popular, o escritor e etnógrafo português Alexandre Parafita reconhece que, embora a designação sugira tratar-se de um ser híbrido de homem e lobo, muitas das crenças sobre esta criatura identificam-na na figura de cavalo, burro ou bode, consistindo o seu fadário em ir despir-se à meia-noite numa encruzilhada, espojando-se no chão, onde um animal já antes fizera o mesmo, após o que se transforma nesse animal para ir “correr fado”. A representação na figura híbrida de homem e lobo não é alheia ao desassossego que este animal provoca, desde tempos imemoriais, no inconsciente colectivo. Escreve este autor: “As comunidades rurais transmontanas ainda hoje o encaram como um animal cruel, implacável com os seres mais indefesos, inimigo de pastores, dos caminhantes da noite e pesadelo permanente das crianças que habitam nas aldeias mais isoladas. Não se estranha, por isso, que no fabulário popular o lobo apareça como símbolo do mal e que o conceito de lobisomem, enquanto produto da fantasia popular, possa ser considerado como uma tentativa de apresentar uma criatura onde se conjuga a ferocidade maléfica do lobo com as emoções, ora angustiosas, ora igualmente maléficas, do homem”.[2] [editar]Peeira Peeira ou fada dos lobos é o nome que se dá às jovens que se tornam nas guardadoras ou companheiras de lobos. Elas são a versão feminina do lobisomem e fazem parte das lendas de Portugal e da Galiza.[3] A peeira tem o dom de comunicar e controlar alcateias de lobos.[4] Um extenso relato sobre o lobisomem fêmea português encontra-se nas Travels in Portugal de John Latouche (London, [1875], p. 28-36). Camilo Castelo Branco escreveu nos Mistérios de Lisboa: "A porta em que bateu o padre Diniz comunicava para a sala em que estavam duas criadas da duquesa, cabeceando com sono, depois que se fartaram de anotar as excentricidades de sua ama, que, a acreditá-las, há cinco anos que cumpria fado, espécie de Loba-mulher, ou Lobis-homem fêmea, se os há, como nós sinceramente acreditamos." (Vol.I, Porto, 1864, p. 136). Os ultimos Lobisomens foram vistos nos Assentos, em Portalegre, e na altura eram designados de Billy's. Estes eram descendentes dos Macacos provenientes dos Assentos os Makós. [editar]Corredor O corredor é a pessoa que tem que correr o fado. O corredor é um ser mutante, pode assumir a forma de lobo, de cão ou outro animal. Quando se encontra um para quebrar o fado deve-se fazer sangue, isto é, fazê-lo sangrar. [5] [editar]Tardo O Tardo é uma espécie de duende, um ser mutante que assume formas de animais mas que pode transformar-se num lobisomem se ao fim de sete anos não lhe quebrarem o fado. [editar]Corrilário Os corrilários são as almas penadas em figura de cão. Se um lobisomem morre antes de terminar o seu fadário, depois de morto termina os seus dias como corrilário. Os lobisomens também aparecem na trama da série “Os Instrumentos Mortais”, onde são chamados, junto com outras criaturas, de Downworlders. Eles são, em geral, inimigos dos Caçadores de Sombras (Shadowhunters), que lutam contra o mal para manter o equilíbrio deste mundo e do outro.